terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tihuana: A Tropa de Elite que chegou para ficar



“Chegou!... Tropa de Elite, osso duro de roer. Pega um, pega geral, também vai pegar você...”. Foi chegando com essa força e entusiasmo que a banda Tihuana conquistou seu espaço na mídia, nos palcos e nos corações dos milhares de fãs.
Formada pelo paulistano Egypcio nos vocais, o argentino Román no baixo, os cariocas P.G na bateria e Léo na guitarra e o baiano Baía na percussão, a banda surgiu em 1999 tocando rock alternativo com influências diversificadas de vários gêneros musicais, desde o reggae e o rapcore, até o punk rock, uma mistura que deu certo.
A originalidade de suas letras, a capacidade de criar melodias que ficam na cabeça das pessoas e a qualidade de suas canções fez com que o grupo se tornasse um dos mais reconhecidos pela crítica. Entre suas músicas mais conhecidas estão Tropa de Elite, Que Vez?, Eu vi Gnomos, Pula, Por que Será?, Aqui ou em Qualquer Lugar, Renata e Mulheres são de Vênus Homens são de Marte.
Tihuana fez duas turnês internacionais, a primeira no Japão, nas cidades de Nagoya e Toyohashi, a segunda nos Estados Unidos, passando por Nova Jersey, Boston, Atlanta e Virgínia. A banda já se apresentou nos maiores festivais do Brasil como Rock in Rio, Planeta Atlântida, BMF, Mix Festival, Pop Rock Brasil, Ceará Music, Porão do Rock, entre outros... Em entrevista exclusiva à jornalista Renata Lancioni, a família Tihuana fala de sua trajetória, sonhos e projetos.

Renata - A banda é formada por integrantes de três estados do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, além de contar com um Argentino. Como foi esse encontro de vocês?
Egypcio - Nosso encontro foi no início de 1999. Estávamos na Feira do Surf, uma feira que acontece até hoje, nessa ocasião foi na Bienal do Ibirapuera. Eu estava com a minha ex-banda fazendo um som e eles estavam em São Paulo há seis meses procurando por um vocalista pra guiar a banda deles, me viram cantando e gostaram da minha voz, do meu estilo... Trocamos telefone e depois de um tempo larguei minha ex-banda pra tocar com eles, pois senti que eles estavam mais pilhados querendo fazer a coisa acontecer. Então fui ficando, fizemos várias demos até o lançamento do primeiro disco “Ilegal”, logo no ano seguinte (2000), com onze faixas, as quais todas foram tocadas nas rádios. Foi um negócio muito louco. O Léo e o P.G sempre foram do Rio, a mãe do Román mora na Argentina e o pai mora no Rio, ele ficou nessa ponte área, o Baía foi para o Rio atrás do sonho de formar uma banda. Lá eles se conheceram e juntos vieram para São Paulo e me encontraram... Como São Paulo é a terra de todo mundo, todos se encontram aqui.

Renata - São 12 anos de história entre tantos sucessos. Qual foi a música que consagrou a banda?
Egypcio - Sem dúvida nenhuma foi o “Pula”, e não foi a primeira música a ser trabalhada pela banda. Mas quando entrou aquele refrão “Eu to chapado”, nossa aquilo ali pegou a galera de cheio, pois tem o lado cômico, o duplo sentido... Então foi uma sorte grande, com esse hit começamos a viajar pelo país todo e fazer o nome da banda.

Renata - Qual foi o momento mais marcante para a família Tihuana e o maior desafio enfrentado durante toda a trajetória de vocês?
Egypcio - Foram dois grandes momentos: quando recebemos nosso disco de ouro com nosso primeiro trabalho “Ilegal” e quando dividimos o palco no Rock in Rio III com a banda Red Hot Chili Peppers. E o desafio existe sempre. Lançamos 6 discos e 1 DVD. Todo dia uma nova batalha... A luta para gravarmos novos discos, tocar nas rádios e manter o público (essa é a parte mais difícil).

Renata - A música “Tropa de Elite” faz parte do 1º álbum da banda, lançado em 2000. Porém, a música estourou mesmo com o lançamento do filme em 2007. Fala um pouco desse sucesso que é o filme, agora também com o 2, consagrando ainda mais a música de vocês, e qual a satisfação em ter uma música como trilha sonora de um filme de grande sucesso.
Egypcio - Na verdade essa música teve seu momento de glória logo depois de “Pula”, ela tocou nas rádios no final de 2000. Mas lógico, nada comparável ao fenômeno que foi o filme. Demos a maior sorte. Quando fomos convidados, a princípio era um documentário, não tinha nem nome, apenas sabíamos que o Wagner Moura seria o protagonista da história. Nossa música acabou dando nome ao filme. Algo surpreendente que Deus mandou pra gente e disse: “Deixo nas suas costas, agarra ai...”, e nós estávamos precisando para dar uma erguida na banda, pois estávamos precisando da mídia, tínhamos shows para fazer, estávamos em turnê, mas longe da mídia. E agora fazemos parte do filme, um não vive sem o outro.

Renata - Qual mensagem vocês deixam para as novas bandas que estão começando a batalha pelo sucesso?
Egypcio - Persistência. O sonho só é realizado quando se tem persistência. O caminho é duro, a gente recebe vários não, mas devemos acreditar e correr atrás sempre. É inexplicável quando tocamos para uma legião de fãs que cantam nossas canções junto da gente. Isso é gratificante demais!

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